domingo, 15 de abril de 2012

Ideias Fixas de Fim De Romance

I

Tudo que era pra ser
Foi, antes mesmo de eles perceberem
Que tinha começado a acabar.
E o fim tornou-se o começo
Do desespero,
E do desejo de seguir fez- se a lágrima
Lamentando aquilo que nem mesmo sabem o que foi.
Ele sentiu-se com vontade de gritar
Assim que percebeu que não houve nada
Além daquilo que estava intrínseco em seu pensamento.
Não fora além do seu pensamento
Desperdiçou tempo, flores, idéias
Pensou demais.
Por fim, a palavra tchau, transformou a canção
Num último sorriso
Composto por falsas palavras
E num meio-abraço.
E as janelas se fecharam
O sol se pôs.

(Texto de Janeiro de 2008) 


II

As palavras se acabam
Quando o silêncio convém
E as lágrimas desabam
Dos olhos de alguém
O silêncio atordoa
E é quebrado pelas gotas no chão
Nenhuma notícia boa
Nem resquício do que era um coração
Não se fala em tristeza
Simplesmente, não se fala
Oceanos de incertezas
Por isso, a boca se cala
A porta se fecha, numa batida
Num simples fechar, fez-se o escuro
Trancou-se aquela fatia da vida
E apenas se olha através d'um furo
Que ainda resta pra magoar
E ocupar um lugar no futuro
Sempre vindo pra revirar
Deixando um de coração duro
Mas, vai ser bom daqui pra frente
Bom pra você, melhor pra mim
Trilhar caminhos diferentes
Pois o que havia em comum chegou ao fim...
(Texto de Novembro de 2008) 



III

Eu te falava coisas que você nunca nem tinha imaginado ouvir
Mas, me respondia com sorrisos que nunca soube se merecia ganhar
Eu te falava de sonhos, de sombras, de cores, de idéias, de vontades
Você me ouvia atenta a cada pingo das minhas verdades
E ali, naquelas tardes nos apaixonávamos todo dia
Cada vez que eu ia te ver, tinha a certeza de que encontraria alguém
Um alguém diferente pra me apaixonar e me apaixonava
E te conquistava sempre que pegava sua mão
Com o carinho e cuidado de quem pega um cristal
Vivíamos cada segundo até o final
E de noite contávamos estrelas
Tão lindas que dava vontade de pegá-las
Só que nos nossos olhos elas já estavam
E vinham de dentro do brilho de quando nos víamos de frente
Olho no olho, de almas alinhadas, numa rota única, contínua
E era só você quem eu queria ver ao acordar
Até o dia que acordei e você não estava mais lá
E nem eu era mais eu
Não sei o que aconteceu
Só que sei que te vi e não reconheci
Vou me viu e não se lembrou
Acabou o encanto
Aquele amor que era tanto evaporou
Tudo de você que havia em mim
Tudo de mim que havia em você
Esvaiu-se
Chegou ao fim...
(Texto de Janeiro de 2009) 



IV 

Quando te vi não reconheci
Já não era aquela mesma que outrora eu esperava
Tinha um olhar opaco, vago, distante
Tanto que não me vi neste olhar
Mal podia mirá-lo sem enxergar algo estranho.
Da última vez que vi seu sorriso
Ainda senti você presente
E hoje não era mais você,
Era uma desconhecida que me olhava atenta
Mas, com um semblante sem rumo
E me dizia palavras desconexas
Que me faziam querer acordar de um pesadelo.
Tentei em vão um abraço
Nossos braços não faziam mais laços
E eu resolvi ir embora
Não queria prolongar aquela hora
Aquela pseudo-conversa não estava me fazendo bem
Preciso ir...
Não me despedi
Simplesmente caminhei em oposição ao teu lugar
E nós pela última vez morremos
Agora de vez, ali...
O último gole de gim
O último tiro não era de festim
A última gota do fim...
(Texto de Março de 2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário