quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sem Título

Eu vivo de música.
Isso não significa que preciso me prostituir pela música.
Tenho autonomia de fazer o que eu quero, não o que querem que eu queira.
Minha música não é pra "pegar mina", passei dessa fase há muito tempo.
Meu trabalho serve para mostrar um outro pensar na vida, sem ser óbvio, sem ser babaca, sem ser apelativo.
Não, não é ego.
É respeito pelo que eu estudo, pelo que eu pesquiso, pelas pessoas que me ouvem, pelo espaço que me é cedido, pelos grandes que muito contribuíram pra minha formação, pelos grandes que muito contribuíram pela boa música.
É o respeito que tenho por mim mesmo e por aqueles que posso chamar de meus.
(...)
Ondas vão e vem, como na praia.
Deixo que se vão, fico com a música que está fixada no horizonte, onde o céu beija o mar.
E que mesmo que alguns se esqueçam de olhar, de ouvir, vai ainda estar lá.
Não preciso ser um virtuose, preciso ser verdadeiro.
Não é meu ego que produz som, a música se produz através de mim que sou apenas um aprendiz, um honesto operário a serviço dela.
Eu vivo de música, sim e respeito à música que se dá o respeito.