quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sobre as Intermitências da Vida e o Que Vem Depois

Eu sou grato.
Mas, não sou obrigado.
Não sou obrigado a desistir de sonhar. A desconstruir a minha autoimagem no espelho e não reconhecer a força daquele que vejo, e dos muitos homens e mulheres que misturados formam-me assim, como sou, forte.
Me recuso a fazer dos tropeços uma desculpa para desistir.
Me recuso a seguir por caminhos que não são meus e a carregar pessoas que também não me pertencem.
Renuncio ao desejo de morrer sem antes ter me tornado um vivente pleno e completamente realizado, de corpo, mente e espírito.
Enquanto há vida, há e haverá ainda o desejo de viver. É um compromisso que assumi quando vim para este mundo.
Me coloco disponível para honrar o presente mais precioso que recebi, com todo o amor, de meus pais... a vida! A minha vida!
Me coloco disponível para passá-la para frente também com todo amor, assumindo todas as consequências.
Abro meu peito para que o amor entre e saia, para que eu dê e receba. E amo, profundamente
àqueles que se põe disponíveis a receber este amor.
Me coloco disponível e no meu lugar para exercer minhas verdadeiras funções como pessoa, homem, ser vivente, criativo, transformador, apto para continuar na construção diária da felicidade.
Já chorei cântaros e me orgulho de cada lágrima.
Mas, opto hoje por chorar emocionado após ouvir uma bela canção ou me alçar diante da singeleza do voo de uma borboleta.
Houve dias em que me afastei disso tudo, sim. Inclusive da gana de ver o amanhã, ou mesmo o próximo segundo, de sentir a próxima respiração.
Todas as minhas células se estremeceram e eu optei por ficar. Não me deixei ir embora.
Sei que os caminhos que ainda virão serão cheios de desafios e possíveis quedas. Mas, me concentro em me levantar sempre e me sentir muito bem com isso.
Eu sei quem fui e o que vivi.
Sei o que sou e o que estou vivendo.
Sei que o futuro pode parecer incerto, mas, sei onde quero chegar... no infinito, romper as barreiras do impossível e ir além.
Isso tudo que escrevi pode parecer apenas palavras soltas, palavras velhas. E pode ser que sejam mesmo, mas, uma única garantia eu tenho, de que são verdadeiras.
E neste enredo, só posso me sentir hoje a melhor pessoa do mundo (e sei que sou), apto para alçar novos voos feito borboleta e ser feliz. Eu honro a vida e passo-a à frente com todo amor.
Eu sou grato.

terça-feira, 16 de junho de 2015

A Menina do Trem

Estava no trem.
De Pirituba para a Luz.
De um lado uma menininha de uns 4 anos com a mãe, do outro a avó.
Trem quase lotado. A brincadeira dela era atravessar o trem em movimento.
Ops... tropeçou numa moça que olhou feio e pisou no meu pé.
Eu já fui criança também. Olhei-a e abri o maior sorriso.
Sei que o pisão foi sem intenção. Ela brincava. Eu sorri e ela sorriu.
Se desculpou com a gentileza de um sorriso singelo.
Ah, se os adultos conseguissem se lembrar disso de vez em quando...


* Ocorrido em 25 de maio de 2015

Sobre a Suposta Imobilidade Humana

As árvores.
As árvores estão lá.
Lá, plantadas.
Imóveis.
Imóveis?
Elas se movimentam!
Crescem...
Enraizam...
Balançam com o vento...
É por causa do vento, você irá me dizer.
E eu te direi que sim, que sei.
E você?
Você também se encontra imóvel.
Por que recusa se balançar ao vento?
Qual é o vento que te balança, afinal?