segunda-feira, 29 de abril de 2024

Crônicas e Tragédias Cotidianas I

Eis que adentro a linha azul e me deparo com uma figura comum, muito comum, entretanto, deveras patética que me faz chegar a um óbvio ululante: O homem cis hétero branco de 30 e poucos, 40 anos é o retrato absoluto do imbecil mediano brasileiro. Observemos este.
Veste calça jeans, camisa xadrez, um tipo de bota e na cabeça um corte de cabelo que, possivelmente, fora escolhido pela mãe do tal, digno de filmes do final dos anos 90. Ostenta um copo daqueles de interior metálico pendurado no pescoço, trejeitos de que possui sérios transtornos não cuidados, olhando as moças que estão no vagão num misto de loucura, frustração (de não ter muito traquejo para lidar com as mesmas) e uma certa timidez, quiçá uma vergonhazinha de coexistir com mulheres sem querer, sem saber não devorá-las. Carrega em si esses olhos famintos e de certa maneira débeis e infantis. 
É o cara que a maioria não temeria. Um homem "normal" apenas com tiques estranhos. Eu, um homem preto, de cabelos descoloridos, aparento ser muito mais perigoso. 
Posso estar julgando mal e à revelia o tal esteriótipo, mas, sei que o mal comportamento do "garoto", decerto viria à tona na mídia, após um feminicídio, apenas como "portador de transtornos psicológicos". Nunca o bandido que pode se esconder por detrás de sua fome. 
Os olhos daquele cara para as moças eram incômodos até pra mim, imagino para elas. Uma hora dessas, ele amadurece, tadinho.
Segue o pacto da branquitude protegendo seus "meninos" brancos típicos.