Daqui a pouco
o agora há pouco
será ontem e o ontem
já será ano passado!
O ano passado vai ser só saudade
E a saudade trará algo de outrora
E essa outra hora pode ser daqui a pouco.
Quais são as palavras que nunca são ditas? Todas as palavras que já foram ditas, escritas, pensadas, são senhoras, são velhas... Mas,sempre se renovam noutras mãos, noutros ouvidos, noutras bocas... E eu abri esta porta para as palavras terem onde conversar, quiçá tomar um chá... Convido-te a entrar e deixar o mundo afora, lá fora...
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Morre um Vagabundo
Morre um vagabundo.
Lamentam, os amigos.
Festejam, os inimigos.
Choram, as viúvas.
Surgem, os filhos.
Reclamam, os cobradores.
Tranquilizam-se, os devedores.
Aliviam-se, os pais.
Velam-no, os curiosos.
Apura, a polícia.
Acompanham-lhe, as moscas.
Devoram-no, os vermes.
Recebe-o, o diabo.
Santifica-o, o algoz.
Esquece-o, a sociedade.
Esquecer? A quem?
Antes mesmo de nascer já era um predestinado ao esquecimento
Já nasceu sendo ninguém e jaz na vala da indigência até hoje, morto
Putrefazendo-se como símbolo máximo de sua vaidade de vagabundo.
Não chegou a ser um problema social
Nem foi visto, tampouco citado.
Morre um vagabundo, e daí?
Lamentam, os amigos.
Festejam, os inimigos.
Choram, as viúvas.
Surgem, os filhos.
Reclamam, os cobradores.
Tranquilizam-se, os devedores.
Aliviam-se, os pais.
Velam-no, os curiosos.
Apura, a polícia.
Acompanham-lhe, as moscas.
Devoram-no, os vermes.
Recebe-o, o diabo.
Santifica-o, o algoz.
Esquece-o, a sociedade.
Esquecer? A quem?
Antes mesmo de nascer já era um predestinado ao esquecimento
Já nasceu sendo ninguém e jaz na vala da indigência até hoje, morto
Putrefazendo-se como símbolo máximo de sua vaidade de vagabundo.
Não chegou a ser um problema social
Nem foi visto, tampouco citado.
Morre um vagabundo, e daí?
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